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segunda-feira, 23 de abril de 2012

CGU abre processo para investigar contratos da Delta


A Controladoria-Geral da União anunciou nesta segunda-feira (23) que abrirá um processo para investigar a empreiteira Delta, que poderá resultar numa declaração de inidoneidade, o que impediria a empresa de firmar contratos com o governo federal. A abertura do processo será publicada na edição desta terça (24) do "Diário Oficial da União", informou a CGU.
Segundo a Polícia Federal, a empresa seria ligada ao bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro sob suspeita de corrupção. A CGU diz que as investigações apontam "indícios veementes de tráfico de influência" constatadas na Operação Monte Carlo, que desmontou esquema de jogos ilegais supostamente controlados por Cachoeira.
Outra motivação para a abertura do processo, informou a CGU, foi o resultado de outra operação da PF, de 2010, chamada Mão Dupla, que investigou contratos da Delta com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para conservação e recuperação de rodovias no Ceará. O inquérito mostrou que sete servidores, incluindo o superintendente do órgão no estado, teriam recebido propina e outras vantagens da Delta.
Auditorias da própria CGU entre 2008 e 2010 apontaram irregularidades em 60 contratos da Delta com o Dnit. Ainda segundo o órgão, 80% dos contratos da Delta são com o Dnit. A partir dessas informações, a comissão formada pela CGU irá decidir se as irregularidades apontadas justificam a declaração de inidoneidade.
A declaração de inidoneidade é a pena administrativa mais grave prevista na legislação e impede a empresa de realizar novos contratos com a administração pública por pelo menos cinco anos. A CGU disse que o ministro Jorge Hage determinou celeridade no processo, "desde que respeitado o direito de defesa".

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